A população idosa é a que mais está crescendo no Brasil. E
como em outubro comemoramos o Dia Mundial do Idoso, que tal falarmos um pouco
sobre aqueles que, além das doenças comuns da idade, sofrem também com a dependência química?
Se o assunto já é complexo, quando os usos e abusos
acontecem por pessoas idosas, as complicações e dificuldades pioram ainda mais.
De acordo com o Censo 2010, a população idosa está aumentando. Pessoas com 65
anos ou mais, em 1991, representavam 4,8%, passando para 5,9% em 2000 e
atingindo 7,4% da população em 2010. Assim como essa faixa etária está
crescendo, aumenta também os problemas de saúde, inclusive com os que sofrem
com a dependência química.
Aracélis Canelada Copedê, diretora, e Simone
Pereira, psicóloga, da Clínica Nova Esperança explicam que, normalmente, as
mulheres bebem por um longo tempo aparentemente sem problemas, parecendo
normal. No entanto, a dependência se agrava com a “síndrome do ninho vazio”, ou
seja, quando os filhos saem de casa. Com os homens, o que acontece é similar,
mas, principalmente, quando eles se aposentam. Neste período, os idosos
sentem-se mais solitários, acabam bebendo mais e, em consequência, a
dependência química se instala, fazendo com que apareçam todas as
consequências, inclusive o agravamento de doenças crônicas e suas complicações.
De acordo com o médico psiquiatra da Clínica, José
Leão de Carvalho Junior, o álcool é uma substância com uma grande capacidade de
difusão nos tecidos biológicos, por isso, pode provocar doenças ou disfunções
em todos os órgãos humanos. E, por alterar seriamente o funcionamento cerebral,
afeta as funções dos órgãos que são coordenados pelo cérebro, como, por
exemplo, o equilíbrio, a coordenação motora, o ritmo cardíaco, o funcionamento
de certas glândulas, o ciclo circadiano, etc. “Nos idosos os danos são os
mesmos que nos jovens, mas aparecem com mais frequencia, mais precocemente e
com maior gravidade”, afirma o médico.