terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Alerta aos excessos de álcool na virada do ano

O ano de 2014 está no fim e 2015 chegando. Essa época de final de ano torna-se agitada e repleta de festas e comemorações. E como toda celebração envolve costumes, tendo forte presença do álcool, alguns cuidados são essenciais. Para ter uma ideia, a Clínica Nova Esperança, nos 25 anos de existência atendendo dependentes químicos, já recebeu aproximadamente 5.200 pacientes. Deste total, mais de 60% começaram sua dependência com o álcool.

Os dados mais recentes apontam para a precocidade e o aumento do uso e abuso do álcool. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012), do IBGE, realizada com escolares de 13 a 15 anos, mostra que 66% dos entrevistados já haviam testado o álcool. O indicador foi maior na Região Sul (76,9%). Quando se trata de episódios de embriagues (21% dos escolares), novamente a Região Sul se destaca, com 27,4%; assim como quando se fala no maior consumo atual de maconha, com 3,6%, os maiores percentuais. Isso se repete a respeito das demais drogas ilícitas, como cocaína, crack, cola, loló, lança perfume, ecstasy. Do total dos escolares, 7,3% já fizeram uso de alguma droga ilícita, apontando os maiores índices para as Regiões Centro-Oeste (9,3%) e Sul (8,8%). Segundo os Municípios das Capitais, Florianópolis apresentou o maior índice (17,5), seguida de Curitiba (14.4%). Outro dado importante da pesquisa é a experimentação, uso e abuso cada vez mais precoces: 2,6% dos escolares de 15 anos que usaram drogas, o fizeram antes dos 13, sendo que 4,4% desse total são da Região Sul, o maior percentual.

Sendo assim, é preciso cautela nas proximidades dessas datas comemorativas, já que consumidores lotam as lojas a procura de vinhos, cervejas, champagne, entre outras bebidas alcóolicas para regar as reuniões familiares. Nesse contexto, é importante evidenciar a associação fatídica de que uma droga leva a outra e que, para a prevenção e combate às drogas ilícitas, é necessário repensar a política e a noção das festividades em torno das drogas lícitas, em especial o álcool.

Assim como a dependência é uma doença que afeta o indivíduo nos aspectos físico, psicológico e social, os efeitos do álcool e outras drogas estão associados a diversas outras questões, como os vários tipos de violência e acidentes de trânsito, entre outros fatores. Dados publicados pelo jornal Folha de S. Paulo mostram que o número de mortes no trânsito no Brasil, por exemplo, diminuiu 10% no ano passado, queda que não acontecia desde 1998. O que nos chama atenção é que a redução coincide com o primeiro ano de vigência da Lei Seca mais rigorosa, que dobrou o valor das multas, o que nos faz perceber a forte relação entre álcool e direção. No entanto, apesar da queda, o trânsito brasileiro ainda se apresenta bastante violento. A média é de 20 mortes por 100 mil habitantes, índices bem diferentes dos países desenvolvidos, cuja média é oito.
Nesse contexto, ganha relevância o fato de que vivemos numa sociedade permissiva em relação ao uso do álcool, inclusive com campanhas publicitárias que ainda associam o consumo da bebida alcóolica ao sucesso, felicidade e bem estar. Portanto, vamos sim comemorar o Natal, réveillon, formaturas, festas de empresas, reuniões com amigos, etc. porque merecemos coroar nossas vidas com a alegria da jornada de mais um ano cumprido. Porém, vamos moderar muito no consumo das bebidas e de outras drogas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Lei Seca faz índice de morte no trânsito cair

A matéria da Folha de S. Paulo aponta que a redução das mortes no trânsito coincide com o primeiro ano de vigência da Lei Seca mais rigorosa, que dobrou o valor das multas, indicando a forte relação entre álcool e direção. No entanto, apesar da queda, o trânsito brasileiro ainda se apresenta bastante violento.

Nesse contexto, é importante destacar que assim como a dependência química é uma doença que afeta o indivíduo nos aspectos físico, psicológico e social, os efeitos do álcool e outras drogas estão associados a diversas outras questões, como os vários tipos de violência, acidentes, entre outros fatores.

Veja a matéria:


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Atenção voltada à prevenção no mês das crianças

Em outubro, quando comemoramos o Dia das Crianças, é comum vermos as lojas de brinquedos lotadas de pais a procura do melhor presente para os filhos. As crianças, normalmente, ficam ansiosas esperando ganhar o que desejam. Presentes à parte, que tal darmos outro enfoque para a data já que estamos diante de uma realidade em que pesquisas mostram o aumento do uso e abuso de álcool e outras drogas por crianças e adolescentes?

Para ter uma ideia do tamanho do problema, vamos observar alguns dados, como os da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012), do IBGE, realizada com escolares de 13 a 15 anos, que mostra que 66% dos entrevistados já haviam testado o álcool. O indicador foi maior na Região Sul (76,9%). Quando se trata de episódios de embriaguez (21% dos escolares), novamente a Região Sul se destaca, com 27,4%; assim como quando se fala no maior consumo atual de maconha, com 3,6%, os maiores percentuais. Isso se repete a respeito das demais drogas ilícitas, como cocaína, crack, cola, loló, lança perfume, ecstasy. Do total dos escolares, 7,3% já fizeram uso de alguma droga ilícita, apontando os maiores índices para as Regiões Centro-Oeste (9,3%) e Sul (8,8%). Segundo os Municípios das Capitais, Florianópolis apresentou o maior índice (17,5), seguida de Curitiba (14.4%). Outro dado importante da pesquisa é experimentação, uso e abuso cada vez mais precoces: 2,6 % dos escolares de 15 anos que usaram drogas, o fizeram antes dos 13, sendo que 4,4% desse total são da Região Sul, o maior percentual.

Nesse contexto, para os profissionais da Clínica Nova Esperança, é preciso ressaltar a prevenção como forma de combate ao problema. Na concepção do nosso tratamento oferecido, a educação deveria ser levada em consideração antes do nascimento. Gestantes, crianças e adolescentes, até os 18 anos, não deveriam usar álcool. Depois da maioridade, seria um uso consciente das consequências.



terça-feira, 23 de setembro de 2014

A importância da família no tratamento dos dependentes químicos

Quando se fala em Dependência Química, entendemos que é uma doença que afeta o indivíduo nos aspectos físico, emocional e social e, por isso, necessita de uma abordagem multidisciplinar. Você já pensou na importância da família para a reinserção do dependente no contexto social? Na Clínica Nova Esperança, a família também é atendida pelo importante papel na recuperação do paciente.
Nosso diferencial é o Programa de Apoio à Família, cujo objetivo é prestar informações e orientações às famílias com o intuito de prepará-las de uma maneira para que possam contribuir de modo mais eficaz no tratamento dos pacientes, inclusive, evitando recaídas. A família, dentro do programa, participa de seminários, grupos terapêuticos e grupos de apoio.
A diretora da Clínica, Aracélis Canelada Copedê, ressalta que a adesão da família ao Programa de Tratamento é um fator contribuinte importantíssimo para a recuperação. O atendimento familiar inicia desde o momento em que eles procuram informações, ocasião na qual já são orientados, até mesmo, a como abordar o paciente para trazê-lo à Clínica.
Um ponto que merece atenção é o fato de que pela doença da Dependência Química apresentar sintomas complexos e expor mudanças comportamentais, há preconceito por parte da família, dos pacientes e da sociedade como um todo, o que, na maioria das vezes, dificulta a aceitação da doença. Por esta razão, o Programa de Tratamento ganha importância por informar e orientar os familiares para que, através das informações sobre as características da Dependência Química, compreendam e aceitem que o seu familiar tem uma doença.

Convivendo com a doença da Dependência Química diariamente, Copedê acredita que a melhor maneira de combater o álcool e outras drogas é a prevenção. Na concepção do tratamento oferecido na Nova Esperança, a educação deveria ser levada em consideração antes do nascimento. Gestantes, crianças e adolescentes, até os 18 anos, não deveriam usar álcool. Depois da maioridade, seria um uso consciente das consequências.



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dependência Química é doença. Tem tratamento?

A Dependência Química é um dos mais graves problemas de saúde na atualidade, atingindo todas as faixas de idade e classes sociais. Tem um alto custo social, econômico e emocional, pois não prejudica apenas o dependente, mas a sua família, os amigos e a comunidade. Atinge diretamente não só a produtividade de um funcionário como a da própria empresa: é um desafio a ser enfrentado.

Todo tratamento para dependentes químicos se inicia com uma avaliação e diagnóstico de grau de dependência. A partir do resultado é que se verifica a necessidade de cada paciente e, então, se caracteriza a participação da Clínica em sua recuperação.

Os pacientes com dependência leve ou moderada poderão ser atendidos em ambulatório com consultas especializadas uma ou duas vezes por semana. Para os casos crônicos e graves poderá ser indicado o internamento. Na nossa concepção, o período de Internação ou de Clínica-Dia por si só não corresponde ao tratamento por inteiro, que é mais amplo. Devido às características da doença, todo tratamento proposto pela Clínica abrangerá em torno de dois a três anos. Após a fase inicial, mais intensa, o paciente continuará em outras modalidades, como terapias individuais, de grupos e de apoio à abstinência.

Como extensão do tratamento, temos um grupo muito forte de voluntários composto por ex-pacientes internados, supervisionados pela Coordenação do Voluntariado, que participam de atividades terapêuticas. Esses voluntários, a partir de um determinado tempo, fazem visitas aos pacientes internados, reforçando através da identificação seu compromisso com a abstinência.

Nossos índices de recuperação são comprovadamente muito satisfatórios, inclusive, nossa equipe, liderada pelo médico psiquiatra José Leão de Carvalho Junior, realizou uma pesquisa que atesta a eficácia do nosso tratamento. Os dados da pesquisa podem ser acessados no site da Clínica: www.clinicanovaesperanca.com.br.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Em junho comemoramos o Dia Internacional de Combate às Drogas

Em junho foi o Dia de Combate às Drogas. Diante dos altos índices das pesquisas, o uso e abuso de substâncias psicoativas merecem mais atenção. Pois Curitiba é a segunda capital com mais escolares usuários de drogas ilícitas.

O consumo de drogas e álcool aumenta a cada dia, tornando-se um problema social, pois as consequências do uso e abuso das substâncias estão relacionadas a diversos fatores. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), 2012, do IBGE, realizada com escolares de 13 a 15 anos, mostra que o contato com o álcool acontece cada vez mais cedo. Do total, 66,6% já haviam experimentado alguma bebida alcoólica e 21,8% já tiveram casos de embriaguez. Vale ressaltar que 31,7% dos adolescentes de 15 anos afirmaram ter ingerido a primeira dose com 13 anos ou menos A região Sul se destacou na maioria dos indicadores, apresentando índices maiores do que em outras regiões do país. A Organização Mundial da Saúde apontou que, no Brasil, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em 2012 em decorrência do abuso do álcool.

A Pense também mostrou que 7,3% dos escolares já usaram drogas ilícitas, sendo que os maiores percentuais foram encontrados em Florianópolis (17,5%) e Curitiba (14,4%). Dos escolares que usaram drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida, 34,5% utilizaram maconha e 6,4% usaram crack nos 30 dias que antecederam a pesquisa.


A raiz do problema é o abuso do álcool, inclusive entre crianças e adolescentes. A dependência química é uma doença que afeta o indivíduo nos aspectos físico, emocional e social. Sabe-se que de 10 a 15% da população mundial nascem com uma predisposição genética a desenvolver a dependência química. Portanto, teremos um desafio muito grande a encarar no tocante à prevenção do uso e abuso do álcool e outras drogas.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Clínica Nova Esperança - 25 anos!

A Clínica Nova Esperança completou 25 anos em junho de 2014. Desde 1989, a Clínica Nova Esperança dedica-se à reabilitação de dependentes químicos através de um programa de tratamento especializado que compreende a desintoxicação, a reestruturação física e emocional de seus pacientes e a orientação familiar.
Especializada no tratamento das dependências químicas e outros transtornos compulsivos, a Nova Esperança tem como princípio a valorização do ser humano, através da conscientização para a reintegração familiar e social. Começamos com 15 leitos, hoje contamos com 29.
O tratamento da Clínica é baseado em um procedimento individualizado. Para a Nova Esperança, a família tem um papel importante na reabilitação do pacientes e por isso recebe atenção especial. Até a presente data já atendemos mais de 5.000 pacientes em regime de internamento.
Agradecemos a todos que participaram e ainda participam da nossa história!



quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dos gols aos goles

Em clima de Copa do Mundo, dependentes químicos têm grandes chances de recair.


Em época de Copa do Mundo, assim como em outras datas festivas, os profissionais da Clínica Nova Esperança intensificam o trabalho de prevenção à recaída. Com razão, pois toda comemoração envolve costumes, sendo a maioria baseada na ingestão de bebidas alcóolicas. Em meio às ansiedades, torcida e clima de festa durante a Copa, os dependentes químicos em recuperação têm grandes chances de voltar a adoecer.

A Copa do Mundo pode ser uma grande chance para se divertir reunindo amigos e familiares para assistir os jogos. Mas pode ser também ser um passo à recaída. Por isso, no “Grupo de Prevenção à Recaída”, da Clínica Nova Esperança, que acontece todas as segundas-feiras às 15h, os terapeutas discutem com os pacientes e familiares qual é melhor maneira de evitar uma recaída.  Entre as orientações dos profissionais estão: reunião com amigos e família sem bebida alcóolica; evitar lugares, hábitos e pessoas que possam oferecer bebidas ou que provoque o desejo de beber; assistir aos jogos, de preferência, com grupos de pessoas que saibam de seu tratamento; comemorar as vitórias com moderação, sem entrar na euforia; realizar leitura, participar dos grupos e procurar não se testar, entre outros.

Para os pacientes em tratamento, a Copa pode apresentar a oportunidade para reforçar o pensamento de recuperação, abstinência total e como é possível festejar sem bebida alcóolica. Na luta pela manutenção da abstinência, a equipe terapêutica estimula o grupo a fortalecer seu propósito, renovar o compromisso consigo mesmo e com a família. Compartilhar as dificuldades e anseios no ambiente familiar é mais uma forma de ter o apoio da família, que, por sua vez, deve ser solidária, evitando o álcool nos eventos. Tanto o paciente como a família, deve agradecer por mais um dia de abstinência, celebrando a sua vitória na recuperação.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Álcool, o “vilão legal”

O consumo de drogas e álcool aumenta a cada dia, tornando-se um problema social, pois as consequências do uso e abuso das substâncias estão relacionadas a diversos fatores. O álcool é uma substância lícita, mas não deixa de ser uma droga que, como tantas outras, acarreta inúmeros problemas. Podemos considerá-lo também como a porta de entrada para as demais drogas ilícitas. As crianças e adolescentes, geralmente, começam a beber nas próprias casas ou muito próximo a elas. Por isso, o desafio é grande, pois lidamos com um “vilão” legalmente permitido. São poucos os que se preocupam quando um filho adolescente chega em casa alcoolizado. Já se tiver vestígios de uma substância ilícita, a conduta de pais, amigos, professores, etc., é diferente.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012) do IBGE, realizada com escolares de 13 a 15 anos, mostra que o contato com o álcool acontece cada vez mais cedo. Do total, 66,6% já haviam experimentado alguma bebida alcoólica e 21,8% já tiveram casos de embriaguez. Vale ressaltar que 31,7% dos adolescentes de 15 anos afirmaram ter ingerido a primeira dose com 13 anos ou menos A região Sul se destacou na maioria dos indicadores, apresentando índices maiores do que em outras regiões do país. A Organização Mundial da Saúde apontou que, no Brasil, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em 2012 em decorrência do abuso do álcool.
Os dados acima são apenas alguns dos que aparecem nas várias pesquisas que apontam um resultado em comum: o uso e abuso de álcool e outras drogas estão aumentando e surgindo cada vez mais precoce. É o que vemos acontecer na Clínica Nova Esperança no decorrer dos anos. A partir do final dos anos 1990 e início do século XXI, cada vez menor foi ficando a idade dos pacientes que já se apresentavam dependentes. Já recebemos pacientes muito comprometidos de 12 e 13 anos. Hoje, a maioria deles é dependente de múltiplas drogas. Inclusive, com o advento do crack a estrutura física da Clínica teve que ser remodelada. Sendo assim, hoje, lidamos com uma população mais agressiva e com síndrome de abstinência mais dolorosa. Atualmente, os casos de pacientes que chegam em estado de surto psicótico é grande em todas as faixas etárias.

A raiz do problema é o abuso do álcool, inclusive entre crianças e adolescentes. A dependência química é uma doença que afeta o indivíduo nos aspectos físico, emocional e social. Sabe-se que de 10 a 15% da população mundial nascem com uma predisposição genética a desenvolver a dependência química. Portanto, teremos um desafio muito grande a encarar no tocante à prevenção do uso e abuso do álcool.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Musicoterapia como parte do tratamento da dependência química


Os benefícios da musicoterapia no tratamento para dependentes químicos são inúmeros. Segundo a musicoterapeuta da Clínica Nova Esperança, Ana Paula Chizzolini Cervellini, a música é capaz de restabelecer o equilíbrio emocional, o convívio social, a identidade, o estímulo da memória e atenção, a promoção da organização, autonomia e autoexpressão, além de proporcionar momentos de prazer e descontração e aumentar a consciência de si mesmo.

Uma variedade grande de atividades é realizada nos grupos, como improvisações com instrumentos musicais, relaxamento, reflexão sobre a letra das canções, e também atividades de consciência corporal.

Os pacientes reagem bem, pois, no geral, o dependente químico é muito criativo. Uma das atividades marcantes foi a paródia da música “Rehab” da cantora Amy Winehouse, que faleceu devido o excesso de álcool. "Nós já fizemos algumas músicas, inclusive composições próprias. A paródia de "Rehab" ganhou o apoio do estúdio Beethoven Haus, que ofereceu a gravação”.

Cervellini explica que a paródia consiste em utilizar uma canção que já existe e modificar a letra. "Muita gente pensa que paródia é uma versão engraçada de uma música, mas não necessariamente. Na musicoterapia nós a utilizamos para ressignificar uma canção ou para falar de algum sentimento importante para o paciente ou para o grupo", explica.

A história dessa última paródia foi marcante, pois os pacientes pediram "Rehab" para ouvirem na sessão, mas como uma brincadeira, pois na letra a cantora fala que tentaram levá-la para a reabilitação, mas ela disse que não. Então, ao ouvirem a música, foi proposto que eles fizessem uma paródia contando a história de quem se tratou e está abstinente e vivo, ao contrario da cantora.

Confiram o resultado:






segunda-feira, 12 de maio de 2014

Surfe no tratamento para dependentes químicos

Práticas esportivas auxiliam no bem estar físico, emocional e social.

Visto que uma pessoa saudável não significa apenas não estar doente, mas sim estar bem física, emocional e socialmente, que tal abordar a prática de exercícios físicos para o bem-estar de dependentes químicos? Vale ressaltar que atividades físicas nesses casos são de extrema importância, auxiliando em todas as questões da vida do individuo, pois qualquer tipo de dependência é uma doença contagiante, pois afeta não apenas o doente em questão, mas sim todos ao seu arredor.

Exercícios físicos são essenciais para o tratamento visto como um todo, pois, nas palavras do médico José Leão de Carvalho Júnior, da Clínica Nova Esperança, os exercícios físicos são fundamentais no tratamento de qualquer transtorno mental. Devem ser feitos de maneira regular, dentro dos limites de cada um, de preferência diariamente. A reorganização metabólica e hormonal que a prática regular de exercícios físicos promove é extremamente benéfica para o funcionamento cerebral e para o psiquismo de modo geral. O dependente químico em abstinência geralmente está fragilizado em suas funções psíquicas, sendo que muitas vezes adquiriu também uma comorbidade psiquiátrica. Portanto a atividade física é sempre terapêutica para eles. Ainda em tratamento e tentando manter-se em abstinência, a maioria dos pacientes encontra grandes dificuldades para reencontrar o prazer em suas vidas.

Leão surfa há mais de 35 anos. Por esta razão, ele ficou mais sensibilizado com esta limitação de seus pacientes e buscou uma maneira de ajudá-los na recuperação da dependência química e na reestruturação de suas vidas quando abstinentes.

Começou então a pensar em maneiras de proporcionar a eles o prazer do surfe. “Só do surfe, desassociado das drogas. Muitos pacientes praticamente nunca surfaram sem usá-las”, conta. Ele partiu do princípio de que se eles conseguirem reencontrar o prazer no surf poderiam estender este reencontro para outras atividades em suas vidas. E esta é uma das diretrizes do tratamento da dependência química para a fase de manutenção da abstinência. De início, propôs a ideia para a equipe técnica da Clínica Nova Esperança. Após receber o apoio, fez a proposta ao conjunto dos pacientes em atendimento.

Em dezembro de 2010 teve início o Surf Protetivo. Para ser participante, o grupo definiu alguns parâmetros para a participação na atividade: ter feito tratamento na Clínica Nova Esperança e ainda estar participando de qualquer atividade terapêutica na mesma; ser surfista; ter autorização de sua família e de seu terapeuta de referência; comparecer às reuniões do grupo e ser aprovado pelos seus integrantes. O grupo costuma ir à Ilha do Mel. 

A atividade é programada e organizada na reunião: horário e local de encontro, qual praia, melhores dias de ondulação, etc. No dia marcado, vão de carro e dividem as despesas de combustível e pedágios. Cada detalhe da viagem é decidido coletivamente. Ao chegar à praia, estabelecem um local para deixarem os pertences e caem na água. É preciso ficar surfando relativamente próximos uns dos outros e, quando alguém quer sair da água, deve informar aonde vai, fazer o que e o porquê. Geralmente, ninguém sai sozinho, pois os participantes têm uma saudável noção de proteção uns aos outros. Quando bate a fome, todos saem juntos da água e vão almoçar. Após a refeição, o grupo decide se volta para água ou se vai embora.

O médico acrescenta que há o medo de alguém sair do mar e encontrar alguma pessoa da “ativa” e ter uma recaída. Quase todos pacientes surfistas relatam que não podem mais surfar, pois, apesar de ser um esporte, no meio do surf há muitos usuários e dependentes de substâncias psicoativas e esta acaba por se tornar uma atividade relacionada ao uso. “Ao se instalar a dependência química, todo prazer fica ligado ao uso da substância psicoativa. Vários pacientes relatam que não podem mais ir a baladas, parques e praia, pois tais ambientes são perigosos para a manutenção de suas abstinências”, afirma o médico.

Leão salienta também que sempre é falado nas reuniões que estar abstinente é um critério fundamental. Nos encontros e nos atendimentos clínicos outros tipos de práticas esportivas sempre são estimulados para melhorar o condicionamento e o aproveitamento nas sessões de surf. Pode ser musculação, natação, atividades aeróbicas, etc. Vale lembrar que a maioria dos participantes está com alguma prática esportiva regular.

O doutor afirma perceber um sentimento de pertencimento ao grupo, de esforço de cuidado uns dos outros, de cooperação e sinais de estabelecimento de vínculos saudáveis. Alguns familiares e terapeutas têm dado informações positivas. “Quero crer que o Surf Protetivo esteja contribuindo para melhorar a qualidade de vida e o relacionamento familiar e social dos seus participantes”, expõe o médico. Aracélis Canelada Copedê Filha, diretora geral da Clínica, acrescenta que esse tipo de empreitada auxilia muito na recuperação dos pacientes. “Muitos jovens, que não tinham coragem de realizar nenhum tipo de esporte, passaram a ter confiança e sentir que podem fazer qualquer prática esportiva, desde que não usem álcool e ou outras substâncias psicoativas e estejam em um grupo de esportistas ‘protetivos’, ou seja, que não façam uso de drogas que causam dependência”, afirma.

terça-feira, 6 de maio de 2014

A liberação da maconha do ponto de vista da saúde mental


A discussão sobre a legalização da maconha tem gerado muita polêmica. Mas o que significa isso do ponto de vista da saúde mental?
De acordo com a diretora geral da Clínica de Recuperação Nova Esperança, Aracélis Canelada Copedê, com a legalização da maconha, o aumento considerável de dinheiro na economia e também nos impostos não conseguirá pagar o ônus dos prejuízos que vão ser causados, principalmente aos adolescentes.
Ainda que o uso só seja permitido para maiores de idade, o número de adolescentes usuários, obviamente, aumentará. Com isso, teremos um aumento de indivíduos que vão desenvolver outras patologias mentais, pois a maconha é uma droga alucinógena e uma das que mais desencadeia surtos psicóticos. 
O médico psiquiatra José Leão de Carvalho Junior, ressalta que falta informações a respeito do uso terapêutico de maconha. O médico explica que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece apenas a indicação da maconha para ajudar no tratamento da anorexia e náusea em pacientes de câncer e AIDS. A OMS afirma que qualquer outra aplicação da erva não está respaldada por pesquisas científicas. “E, claro, a OMS alerta que o uso desta planta eleva o risco de dano cognitivo, doenças respiratórias e psicoses. Nós sabemos que o risco é grande para muitas outras doenças”.
Leão explica que as drogas psicoativas podem afetar diversos fatores, como o desenvolvimento escolar, por exemplo. A mais evidente é a maconha, por provocar danos cerebrais precocemente. Começa afetando a memória e a capacidade de manter a atenção e a concentração. Com a progressão dos danos, gradativamente, a capacidade de raciocinar vai sendo prejudicada. O crack é muito mais lesivo, mas vale lembrar que quem é usuário de crack já é dependente de outra droga (álcool, maconha ou cocaína inalada) e o desenvolvimento escolar, na maioria dos casos, já está prejudicado quando o indivíduo começa o uso.
 A legalização da maconha, para a diretora, nesse momento, para o Brasil, seria uma catástrofe, “pois não estamos dando conta nem da questão álcool, como vamos dar conta da questão maconha?”. A esperança, para a diretora, é que uma educação extremamente preventiva seja implantada.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Bases de tratamento e manutenção da abstinência

Profissionais da área da saúde (médicos, psicólogos, enfermeiros, etc) e outras áreas (professoras, educadores, comunicadores, etc) de Curitiba e região estão convidados a participar de um evento sobre dependência química com certificação na Clínica Nova Esperança. Já realizamos o evento no último dia 24 de abril e vamos repeti-lo no próximo dia oito de maio, quinta-feira, das 9h às 11h.
Primeiramente, Aracélis Canelada Copedê Filha, diretora da Clínica, vai falar sobre dependência química e as bases do tratamento. Em seguida, o médico psiquiatra José Leão de Carvalho Junior vai apresentar uma pesquisa sobre a manutenção da abstinência feita pela equipe técnica da Clínica com os pacientes internos. Para finalizar, será oferecido um coffe break. 
O evento não tem custo e será encaminhado por e-mail um certificado de participação. A presença pode ser confirmada por aqui mesmo. Nosso endereço é Av. Silva Jardim, 4205 - Seminário - Curitiba/PR.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A contribuição da Terapia Ocupacional no tratamento da Dependência Química

Devido a complexidade da doença da dependência química, a terapia ocupacional na Clínica de Recuperação Nova Esperança tem como objetivo proporcionar momentos de ressignificação do prazer por meio do “fazer terapêutico”.
 A terapeuta ocupacional da Clínica, Michele Nilo, descreve que as atividades são analisadas minuciosamente para oportunizar vivências criativas e produtivas, desde simples estímulos do raciocínio, como o de planejamento e execução de ações.  “Conseguimos atingir nossas metas através de atividades de artesanato, como confecção de peças em miçangas, chaveiros, bijuterias; pintura em caixas de madeiras, argilas, recortes de revistas, entre outras”, afirma.  
O processo terapêutico tem início no primeiro contato com o terapeuta, por meio do acolhimento e vínculo. Um momento fundamental é o convite para a participação das atividades e a oportunidade de deixar os pacientes exercerem sua capacidade de escolha, percepção da ação e reação, bem como respeitar as etapas do processo de construção de algo e usufruir do produto final após seus esforços.
As atividades ocorrem sempre em conjunto, favorecendo, muitas vezes, um momento de troca entre os participantes. Além de estimular a autoestima, as funções cognitivas superiores, a ressocialização e as relações familiares, visto que alguns dos produtos confeccionados são presenteados aos próprios familiares. Muitos relatos mostram que as atividades podem ser tranquilizantes e contribuir efetivamente para a mudança de pensamentos e projetos, bem como percepções de prejuízos reversíveis ou não.
Estas atividades são ofertadas durante o internamento integral na Clínica Nova Esperança, o que oportuniza a percepção da evolução do paciente durante este período. 


terça-feira, 1 de abril de 2014

Pesquisa mostra a importância da continuidade do tratamento, além da internação, para a manutenção da abstinência.

A pesquisa “Manutenção da abstinência em dependentes químicos e modalidade de tratamento” realizada pela equipe técnica da Clínica Nova Esperança, com dados de 112 pacientes internados em 2011 com diagnóstico de dependência química (F10 a F19), mostrou a importância da continuidade, além do período de internação (45 dias em média), no tratamento para que os pacientes mantenham a abstinência. A metodologia de coleta foi levantamento de dados nos prontuários e informações obtidas com familiares dos pacientes que não deram seguimento no tratamento na Instituição. Dentre os resultados constatados, foi verificado que é indiferente se é internamento voluntário ou involuntário, pois a probabilidade de se manter abstinente é a mesma.
Do total dos pacientes, 63% recaíram e 37% mantiveram-se abstinentes até o final do acompanhamento (tempo mínimo de 12 meses). Sendo assim, o fator de maior importância para a manutenção da abstinência foi a participação no tratamento em regime de clínica-dia por, no mínimo, seis meses: 83% de abstinência. Dentre os pacientes que participaram de pelo menos seis meses de clínica-dia, apenas 6% recaíram no período de acompanhamento.
Apesar de a dependência química estar aumentando entre as mulheres, os homens ainda são a maioria, pois dos 112 pacientes acompanhados, 78% são do sexo masculino e 22% do feminino.


quinta-feira, 27 de março de 2014

Prevenção da dependência química

Bom dia! Este blog pretende discutir sobre a dependência química, uma doença que tem tratamento. Esperamos que nosso conteúdo possa contribuir de alguma maneira para a prevenção da dependência química, que afeta o indivíduo nos aspectos físico, emocional e social, e, por isso, merece uma atenção especial, visto que cerca de 10 a 15% da população mundial nasce com uma predisposição a desenvolver algum tipo de dependência química.
Convivendo com a doença diariamente, Aracélis Canelada Copedê, diretora geral da Clínica Nova esperança, acredita que a melhor maneira de combater as drogas é a prevenção. “Enquanto houver consumidores, o tráfico vai estar a todo vapor”, afirma.
A prevenção se mostra importante para que as próximas gerações se formem de maneira mais consciente. Apenas com políticas repressoras há um conflito natural. Dando ao ser humano todo o esclarecimento necessário, é possível torná-los muito mais conscientes e verdadeiramente livres.