A discussão sobre a legalização da maconha tem gerado muita
polêmica. Mas o que significa isso do ponto de vista da saúde
mental?
De
acordo com a diretora geral da Clínica de Recuperação Nova Esperança, Aracélis
Canelada Copedê, com a legalização da maconha, o aumento considerável de
dinheiro na economia e também nos impostos não conseguirá pagar o ônus dos
prejuízos que vão ser causados, principalmente aos
adolescentes.
Ainda
que o uso só seja permitido para maiores de idade, o número de adolescentes
usuários, obviamente, aumentará. Com isso, teremos um aumento de indivíduos que
vão desenvolver outras patologias mentais, pois a maconha é uma droga
alucinógena e uma das que mais desencadeia surtos psicóticos.
O
médico psiquiatra José Leão de Carvalho Junior, ressalta que falta informações a
respeito do uso terapêutico
de maconha. O médico explica que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece
apenas a indicação da maconha para ajudar no tratamento da anorexia e náusea em
pacientes de câncer e AIDS. A OMS afirma que qualquer outra aplicação da erva
não está respaldada por pesquisas científicas. “E, claro, a OMS alerta que o uso
desta planta eleva o risco de dano cognitivo, doenças respiratórias e psicoses.
Nós sabemos que o risco é grande para muitas outras doenças”.
Leão
explica que as
drogas psicoativas podem afetar diversos fatores, como o desenvolvimento
escolar, por exemplo. A mais evidente é a maconha, por provocar danos cerebrais
precocemente. Começa afetando a memória e a capacidade de manter a atenção e a
concentração. Com a progressão dos danos, gradativamente, a capacidade de
raciocinar vai sendo prejudicada. O crack é muito mais lesivo, mas vale lembrar
que quem é usuário de crack já é dependente de outra droga (álcool, maconha ou
cocaína inalada) e o desenvolvimento escolar, na maioria dos casos, já está
prejudicado quando o indivíduo começa o uso.
A legalização da maconha,
para a diretora, nesse momento, para o Brasil, seria uma catástrofe, “pois não
estamos dando conta nem da questão álcool, como vamos dar conta da questão
maconha?”. A esperança, para a diretora, é que uma educação extremamente
preventiva seja implantada.
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