O consumo de drogas e álcool aumenta a cada dia, tornando-se
um problema social, pois as consequências do uso e abuso das substâncias estão
relacionadas a diversos fatores. O álcool é uma substância lícita, mas não
deixa de ser uma droga que, como tantas outras, acarreta inúmeros problemas.
Podemos considerá-lo também como a porta de entrada para as demais drogas
ilícitas. As crianças e adolescentes, geralmente, começam a beber nas próprias
casas ou muito próximo a elas. Por isso, o desafio é grande, pois lidamos com
um “vilão” legalmente permitido. São poucos os que se preocupam quando um filho
adolescente chega em casa alcoolizado. Já se tiver vestígios de uma substância
ilícita, a conduta de pais, amigos, professores, etc., é diferente.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2012) do IBGE,
realizada com escolares de 13 a 15 anos, mostra que o contato com o álcool
acontece cada vez mais cedo. Do total, 66,6% já haviam experimentado alguma
bebida alcoólica e 21,8% já tiveram casos de embriaguez. Vale ressaltar que
31,7% dos adolescentes de 15 anos afirmaram ter ingerido a primeira dose com 13
anos ou menos A região Sul se destacou na maioria dos indicadores, apresentando
índices maiores do que em outras regiões do país. A Organização Mundial da
Saúde apontou que, no Brasil, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em 2012
em decorrência do abuso do álcool.
Os dados acima são apenas alguns dos que aparecem nas várias
pesquisas que apontam um resultado em comum: o uso e abuso de álcool e outras
drogas estão aumentando e surgindo cada vez mais precoce. É o que vemos
acontecer na Clínica Nova Esperança no decorrer dos anos. A partir do final dos
anos 1990 e início do século XXI, cada vez menor foi ficando a idade dos
pacientes que já se apresentavam dependentes. Já recebemos pacientes muito
comprometidos de 12 e 13 anos. Hoje, a maioria deles é dependente de múltiplas
drogas. Inclusive, com o advento do crack a estrutura física da Clínica teve
que ser remodelada. Sendo assim, hoje, lidamos com uma população mais agressiva
e com síndrome de abstinência mais dolorosa. Atualmente, os casos de pacientes
que chegam em estado de surto psicótico é grande em todas as faixas etárias.
A raiz do problema é o abuso do álcool, inclusive entre
crianças e adolescentes. A dependência química é uma doença que afeta o
indivíduo nos aspectos físico, emocional e social. Sabe-se que de 10 a 15% da
população mundial nascem com uma predisposição genética a desenvolver a
dependência química. Portanto, teremos um desafio muito grande a encarar no
tocante à prevenção do uso e abuso do álcool.
Nenhum comentário:
Postar um comentário